segunda-feira, 31 de outubro de 2016

SAÚDE MENTAL - Entenda como lidar com uma pessoa que tem o transtorno borderline.





Sei que muitas pessoas, ainda não ouviram falar em transtorno bordeline. Transtorno ou Sídrome de Bordeline também chamado de transtorno de Limítrofe, é  um transtorno mental grave. Nem todas as pessoas estão preparadas para lidar com ela. É preciso muito informação  e buscar ajuda com especialistas. Transtorno de bordeline, causa sérias oscilações de humor e compulsividade .  Uma pessoa com Transtoro de bordeline possui hiperatividade emocional em que estão constantemente sobre a carga de emoções muito intensas e dificuldades em lidar com as próprias emoções.
  • Características do portador do TPL

    Um border, como chamamos o indivíduo com personalidade borderline, costuma viver relações intensas, porém com instabilidade e agressividade, tendo dificuldade em lidar com situações desagradáveis. Segundo a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva "a personalidade borderline é marcada pela dificuldade nas relações interpessoais, pela baixa autoestima, instabilidade reativa do humor e impulsividade. Quando essas características se apresentam de forma muito disfuncional, nós a chamamos de transtorno."
  • Como lidar com pessoas portadoras do Transtorno Borderline

    Lidar com pessoas com esse tipo de personalidade é bastante difícil, visto que, a instabilidade emocional, a irritabilidade fácil, o medo da rejeição, a impulsividade e as explosões de fúria tornam os relacionamentos instáveis e desajustados, provocando constantes desafetos e conflitos interpessoais. Para facilitar o relacionamento, o primeiro passo é encaminhar a pessoa para o tratamento adequado, tanto psiquiátrico, quanto psicológico.
    Em seguida, deve-se compreender as características específicas da personalidade border a fim de entender como as pessoas border tendem a reagir e a se comportar diariamente.
  • Ambiente familiar

    Outra característica importante é saber manter um ambiente domiciliar calmo e tranquilo. "A pessoa com TPB é prejudicada em sua capacidade de tolerar o estresse no relacionamento (ou seja, a rejeição, críticas, discordâncias) e pode, portanto, se beneficiar de um ambiente calmo em casa. É fundamental ter em mente o quanto que as pessoas com TPB lutam emocionalmente a cada dia. Apesar de sua experiência interna pode ser difícil de explicar o que sentem. Vamos explicá-lo, resumindo em três desvantagens: afeto descontrole, a intolerância de solidão, e pensando em preto e branco" (Nacional Education Alliance for Borderline Personality Desorder).
  • Características de personalidade

    Também é preciso ter em mente que a pessoa com personalidade borderline tem medo de solidão e de rupturas em seus relacionamentos, por causa disso, situações simples como viagem de férias de um parente, por exemplo, pode ser um grande problema para o border que possui medo de ser rejeitado e esquecido. Assim, a ausência do outro é vista como um abandono o que pode levar o doente à dissociação, um sentimento estranho de inquietação.
    Por causa dessas questões, é necessário manter a rotina domiciliar, sempre atentando para um contato rotineiro entre familiares e amigos próximos, a fim de reduzir o sentimento de rejeição e abandono.
    Fique atento às ameaças de suicídio e às automutilações, características do border. Nesses casos dê atenção ao doente, converse e passe tempo com ele, compreenda suas angústias e aflições.
    Tenha sempre em mente que, independente do transtorno psicológico ou mental, as terapias medicamentosas e psicológicas, as arteterapias, a fé e uma estrutura familiar harmoniosa e amável melhoram o estilo de vida de qualquer pessoa.

DECORAÇÃO. O RÚSTICO E O MODERNO



ADORO DECORAÇÃO. SE VOCÊ TAMBÉM GOSTA. ENTÃO VAI AQUI UMA IDÉIA LEGAL. O RÚSTICO COM CARA DE MODERNIDADE.  VALE  BRINCAR  COM ELEMENTOS COMO MADEIRA, TIJOLO, PALHA, PEDRAS  E  OUTROS MATERIAIS  NATURAIS.  VOCÊ PODE  DAR UMA TOQUE DE MODERNIDADE COM MESAS DE VIDROS, CADEIRAS E LUSTRES MAIS ARROJADOS E É  CLARO O BRANCO COM PISO DE MADEIRA DEIXA TUDO MUITO LINDO E MODERNO. APOSTE.

ENFIM DOCE NOVEMBRO.





Novembro inicia uma etapa na vida. inicia o começo do fim de mais um ano. O começo de mais um processo de renovação. Reflita sobre sua vida, sobre aquilo que desejou para o ano que passou e o que deseja para o ano que está quase chegando. É tempo de autoconhecimento.

domingo, 30 de outubro de 2016

MUSICA





ADORO JAMIE CULLUM AI ESTÁ PARA VOCES CURTIREM.   

POR QUE OS HOMENS AMAM AS MULHERES PODEROSAS.

AQUI ALGUM TRECHOS DO LIVRO " POR QUE OS HOMENS AMAM AS MULHERES PODEROSAS"     Trecho de Por que os Homens Amam as 
Mulheres Poderosas?, de Sherry Argov


1- DE CAPACHO A MULHER DOS SONHOS CONHEÇA SEU PRÓPRIO VALOR E ELE A VALORIZARÁ

"Sex appeal é 50% o que você tem e 50% o que as pessoas acham que você tem."
SOPHIA LOREN

DEIXE-ME APRESENTÁ-LA À MULHER BOAZINHA

Todas nós conhecemos uma mulher boazinha. É aquela que se entrega por completo a um homem que mal conhece, sem que ele tenha que investir muito. É a mulher que se dá cegamente porque anseia receber de volta a mesma atenção. É a mulher que age de acordo com o que ela acha que o homem gosta ou deseja porque quer manter o relacionamento a qualquer custo. Toda mulher, em algum momento, já passou por isso.

É verdade que as revistas femininas, em geral, estimulam esse comportamento: "Comece bancando a difícil. Mas no segundo encontro prepare uma refeição dos deuses para ele, crie um ambiente romântico com música suave, champanhe em copos de cristal e luz de velas... Não se esqueça dos guardanapos bordados e dos morangos orgânicos daquela loja maravilhosa a duas horas da sua casa. Depois, sirva tudo usando uma camisola de renda preta." Essa é uma receita perfeita para quê? Para um desastre.

PRINCÍPIO DA ATRAÇÃO N.º1
Tudo aquilo que perseguimos foge de nós.

Principalmente quando se trata de homens. Mas com um pequeno detalhe: se você correr atrás dele usando uma camisola de renda preta, primeiro ele vai transar com você... e depois vai sair correndo.

Por que um homem foge de uma situação como essa? Porque o comportamento da mulher indica que ela não se valoriza suficientemente. A relação é nova e os laços que unem o casal ainda são tênues. Entretanto, ela já permitiu que ele tivesse todos os trunfos na mão.

O fato de a mulher se exceder nas atenções com um sujeito que é praticamente um estranho pode levá-lo a duas conclusões: ou ela está desesperada ou vai para a cama com qualquer um. Ou ambas as coisas. O esforço que ela fez não é apreciado. E quando o homem começa a perder o respeito por uma mulher que sutilmente se desvaloriza, ele perde também o desejo de se aproximar dela. Com ou sem camisola de renda preta.

Por outro lado, uma mulher poderosa nunca se mata só para impressionar alguém. Começa preparando algo simples e descontraído. Sem guardanapos bordados. Ela pode até perguntar: "Do que é que você gosta?", como faria com qualquer pessoa amiga. Por isso, seis meses depois, quando a mesma mulher capricha no jantar para o mesmo homem, ele conclui: "Puxa! Eu sou especial para ela!"

E não é preciso ter champanhe ou caviar. Se o homem perceber o afeto e o cuidado que foram colocados no preparo da refeição, ele vai se sentir um verdadeiro rei. A diferença agora é que o jantar é uma resposta a todo o investimento da parte dele. Como não recebeu tudo de graça, ele valoriza muito mais o que conquistou.

PRINCÍPIO DA ATRAÇÃO N.º 2
As mulheres que enlouquecem os homens nem sempre são excepcionais. Em geral, são aquelas que dão a impressão de não se importar muito.

Isso não tem nada a ver com joguinhos de conquista. Trata-se de ser muito carente ou de gostar da própria companhia e demonstrar que, de certa forma, você se basta.

O que aconteceria se você o deixasse perceber que está disposta a dar tudo de si, desde o primeiro dia? Ele acharia que você está desesperada e começaria a testá-la.

Isso faz parte da natureza humana. E quanto mais você cedesse, mais ele exigiria. Em pouco tempo, ele a veria como um produto do qual poderá tirar o máximo proveito: "Até onde ela vai? Quanto conseguirei extrair dela?"

As garotas boazinhas precisam aprender algo que as mulheres poderosas já sabem. As concessões excessivas e a ânsia de agradar diminuem o respeito que o homem tem pela mulher e acabam com a atração que inicialmente os aproximou. Os homens, em geral, não se sentem desafiados quando se vêem diante de uma mulher que não mede sacrifícios para conquistá-los. Elas não oferecem o desafio mental que os homens procuram.

Por outro lado, as mulheres erram ao imaginar que, se tiverem doutorado, se souberem defender suas idéias em uma discussão sobre política internacional ou se entenderem de investimentos, serão naturalmente capazes de oferecer um estímulo mental ao homem.

O desafio mental tem muito mais a ver com a atitude do que com a conversa. Geralmente, a mulher que se faz respeitar e que demonstra não ter medo de viver sozinha constitui um desafio mental muito mais instigante.

A boazinha comete o erro de estar sempre disponível. "Não gosto de joguinhos", explica. Assim, ela permite que seu parceiro veja quanto teme perdê-lo, demonstrando claramente que ele tem total domínio sobre ela. Em geral, é nesse momento que a mulher começa a reclamar: "Ele nunca tem tempo para mim. Ele não é mais tão romântico quanto antes."

A mulher poderosa está disponível algumas vezes, mas outras não. Porém ela é amável o suficiente para levar em consideração as preferências do namorado quanto ao dia em que ele gostaria de vê-la, de forma que ela possa, às vezes, adaptar seus planos aos desejos dele. A conseqüência disso? Um relacionamento em que ninguém domina ninguém.

E a mulher que larga tudo o que está fazendo, a qualquer hora do dia ou da noite, para ir ao encontro de um homem? Ele sabe que a controla completamente. Por isso, depois de um tempo, o sujeito passa a sair com os amigos e só telefona à meia-noite, pois sabe que ela virá quando ele quiser. Quando a mulher recebe o telefonema de um homem no meio da noite, pega o carro e sai correndo para encontrá-lo, a única coisa que está faltando é uma placa luminosa no teto do carro com a inscrição: ENTREGA EM DOMICÍLIO.

PRINCÍPIO DA ATRAÇÃO N.º 3
Um homem percebe que a mulher oferece um desafio mental
quando ele sente que não tem total domínio sobre ela.

O tempo que vocês passam juntos é revelador. Uma semana depois de conhecer o novo par, a mulher boazinha está sentada em uma cadeira, morrendo de tédio, enquanto ele faz algo de seu interesse, como assistir ao futebol na televisão, limpar o molinete da vara de pescar ou mexer no motor do automóvel. Ela se sente infeliz mas não dá um pio, submetendo-se a uma chateação monumental só para ficar perto dele.

E como reagir quando o sujeito diz que gosta de louras e você é morena, tem olhos escuros e cabelos pretos? Se você aparecer, no dia seguinte, de cabelos descoloridos combinando com as sobrancelhas oxigenadas, não restará dúvida. Ele vai saber que tem total controle sobre você.

E como age a mulher poderosa? Ela escolhe a cada momento o que a faz mais feliz. Se observar o namorado consertar a vara de pescar a diverte, ela fica ao seu lado. Caso contrário, vai buscar algo que a distraia. Se ele diz que gosta de louras, ela se olha no espelho para examinar a possibilidade de clarear o cabelo. Mas só vai fazer isso se lhe der prazer, sabendo que, se não gostar, é só voltar para a cor original.

A mulher poderosa pode até ir para a cozinha fazer um prato especial para o parceiro, mas não vai se esmerar em preparar um banquete logo no primeiro encontro. E, se for para a cozinha, é porque gosta. A mulher poderosa não perde tempo refinando as habilidades indispensáveis para "agarrar um marido". Nas primeiras vezes que sai com um homem, ela se concentra simplesmente em ser boa companhia.

Preste atenção no seguinte: um homem que, desde o início do namoro, está voltado para ele mesmo e para as próprias necessidades provavelmente não será um bom companheiro. Mas muitas vezes as mulheres se excedem tanto em atender todos os desejos de seus parceiros – os expressos e os que elas imaginam – que eles se habituam a apenas receber. Pergunte-se: você está se esforçando demais? Não está dando chance a ele de retribuir? A mulher que se desdobra em mil cuidados passa a seguinte mensagem: "O que tenho a oferecer não é suficiente." Por outro lado, a mulher poderosa transmite a mensagem oposta: "Eu tenho valor." Vamos ver alguns exemplos.

A base de um relacionamento é estabelecida logo nos primeiros dias. Desde o início, ele, conscientemente (isso mesmo, conscientemente), tenta determinar até que ponto conseguirá se dar bem.

Os hábitos relacionados ao uso do telefone também são reveladores. Você espera que ele telefone antes de fazer qualquer plano? Fica furiosa se ele não telefona ou não aparece?

Se a resposta for sim, você mais uma vez está transmitindo o recado de que ele tem total controle sobre a relação, uma mensagem que não deve ser dada a alguém que você mal conhece.

É verdade que a maioria dos homens deixa de telefonar deliberadamente, só para ver a sua reação. Quando uma mulher se aborrece, ela não consegue esconder isso. E fica nítido para o homem o grau de interesse – ou de desespero – dela.

COMPORTAMENTO - POR QUE OS HOMENS AMAM AS MULHERES PODEROSAS?



Graças à Deus sou uma pessoa muito bem relacionada, tenho muitos amigos e amigas  queridas.  Sempre fui um querido por todos, ( modéstia á parte. ). E a vida toda sempre eu soube ouvir , sempre dei muita  atenção e importância a cada um. Então é  sempre natural eu me cercar desses amigos . E meio que acabam se desabafando seus  problemas, suas  angustias , alguns  erros  e  desacertos. Ou seja  acabo sendo um conselheiro e ao mesmo tempo um psicólogo. Não que eu seja dono das verdades. pois bem aqui está um livro que eu indicaria à todas as minha amigas, que não tiveram sorte em seus relacionamentos. Muito interessante conhecer um pouco o universo dos Homens machistas .

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

MODA - ISABELLA RIDOLFI - RECORDISTA DE DESFILES

QUEM ESTA ARRASANDO NAS PASSARELAS É A NOSSA CAMPINEIRA Isabella Ridolfi. NA SEMANA DE MODA, LONDRES E NEW YORK, MILÃO E PARIS ELA FOI A BRASILEIRA COM MAIOR NÚMERO DE SHOWS E APRESENTAÇÕES. NUM TOTAL DE 37 MARCAS FAMOSAS.





























Pete Burns, vocalista do Dead Or Alive, morre aos 57 anos


MÙSICA- RIP PETE BURNS Pete Burns, vocalista do Dead Or Alive, morre aos 57 anos

Conheci Dead or Alive nos meus anos 80. No auge da dance music. Seu vocalista pete Burns fazia  uma  linha  andrógido meio concorrente  de Boy George, Era  uma  nbanda  e  tanto  que  marcou  época.  Pete Burns, vocalista do Dead Or Alive, morreu aos 57 anos, informou a família do cantor por meio de um comunicado divulgado nesta segunda-feira (24). Ele sofreu um ataque cardíaco no domingo (23). "Toda sua família e seus amigos estão devastados com a perda desta estrela especial", diz o comunicado. Para a geração de agora vale  a pena ver e ouvir grandes sucessos dessa banda. 





Conheça Valentina Sampaio, a new face transgênero da moda no Brasil

Depois das pioneiras Lea T. e Carol Marra, a moda brasileira conta com mais uma modelo transexual. Ela não revela seu nome de batismo. Por um simples motivo: “Sempre fui Valentina”, diz. Aos 18 anos, a cearense nascida em Fortaleza Valentina Sampaio (@valentts) cursou um ano e meio de Moda, hoje faz faculdade de Arquitetura e, há um ano e meio, fez seu primeiro desfile, num evento de moda local. Diferentemente de muitas histórias de bullying e preconceito contra trangêneros, Valentina garante nunca ter sofrido por sua condição. “Meu pai é pescador, tem 42 anos, minha mãe é professora e tem menos de 40. Eles são jovens e têm cabeça aberta. Sempre respeitaram quem eu sou.”
      Aqui, num depoimento à editora Alline Dauroiz, Valentina conta sua história e mostra seu lado mais menina. “Acredita que ainda brinco de boneca? Tenho uma coleção linda delas!”.“Sempre me pareci com uma menina. Desde pequena, usava cabelos compridos, gostava de roupas mais apertadas, shorts curtos. As pessoas diziam: “Que menina linda!”, elogiavam meus olhos, meus cabelos. Lá em casa, somos em seis irmãos – três meninos e três meninas. Sou a segunda filha, e o primogênito, Guilherme, de 20 anos, era muito diferente de mim: usava roupas de menino, gostava de fazer brincadeiras de menino... Já eu era mais próxima das minhas irmãs, principalmente da Joana, que nasceu logo depois de mim e hoje tem 16. Engraçado que meus pais nunca me trataram como tratam meu irmão. Eu era diferente, e eles eram mais cuidadosos, carinhosos. Acho que respeitavam quem eu era, sabe?Aos 8 anos, minha mãe me levou a uma psicóloga. Naquela época, eu já adorava ficar perto das meninas, me sentia uma delas, e tinha uma coleção de bonecas (confesso que brinco com elas até hoje). A única coisa é que não gostava de colocar sunga pra ir à praia. Eu ia de roupa mesmo. A psicóloga entendeu na hora que eu era transgênero. Com uns 10, 12 anos, passei a me chamar Valentina – nome que escutei uma vez e achei lindo! Na escola, minha aparência não mudou muito. Usávamos uniforme, meu cabelo já era comprido, eu já brincava com as meninas... Só passei a frequentar o mesmo vestiário que elas. Ah, e foi preciso conversar com os professores pra que eles sempre me chamassem de Valentina na chamada.
Tive muita sorte, porque meus pais são jovens, têm uma cabeça aberta. Na escola, não sofri bullying nem preconceito. As pessoas aceitavam minha condição, talvez porque também me vissem como uma menina. Aos 15 anos, minha taxa de hormônios femininos já era alta. Tanto que não tinha pelos no corpo, e meus seios começaram a crescer naturalmente.   Logo depois, aos 16, entrei pra faculdade de moda. Era uma certeza na minha vida! Sempre assisti a vídeos de desfiles, customizei roupas... Eu cortava camisetas, pintava blusas e gostava mesmo é de desenhar! Desenhava croquis com roupinhas, imaginando que era uma daquelas bonequinhas. E foi durante a faculdade de moda, no início de 2014, que uma colega me chamou pra participar do Festival de Moda de Fortaleza (FMF) como modelo. E eu fui.  Nunca fiz cursos de passarela, mas durante os castings, aprendi a andar com os pés retos (tinha mania de entortar a pisada pra dentro), a não pisar tão forte, a não mexer tanto o quadril... É preciso andar com firmeza e leveza, numa passada que não é tão rápida. E o olhar tem de passar segurança. Temos que conquistar a plateia com olhar desafiador. Parece fácil quando a gente vê na TV, né? Mas tem tantos detalhes...
Depois desses primeiros desfiles, conheci o maquiador Assis Brito, aqui de Fortaleza. É ele quem está me apresentando ao mundo fashion. Fiz um book, fui a testes e passei a ser chamada pra semanas de moda da cidade. Já fiz umas três – no último Dragão Fashion, desfilei pra uns 10, 15 estilistas!
       
Quando comecei a faculdade, também arranjei um namorado, com quem fiquei por seis meses. No começo, falei pra ele: “Você sabe que sou assim meio diferente, né?”. Foi difícil falar, porque sou muito tímida... Mas ele disse na hora: “Eu amo você mesmo assim”. Foi muito bacana!
       
Depois que terminamos, fiquei com outros meninos. Mas nunca namorei sério, de levar em casa e tal... Sou bem tímida, caseira. Pra você ter ideia, só fui a umas três festas na vida! Meus pais sempre foram muito zelosos, eu também não sou muito chegada a lugares lotados... Hoje estou solteira, mas posso dizer que a paquera aumentou muito. É curioso, porque no mundo da moda, estou sendo bastante assediada! Mas tenho jogo de cintura pra driblar as cantadas. Não sou de ficar saindo com vários.  Bom, tranquei o curso de moda depois de um ano e meio, porque minha paixão é desenhar, mas não tenho aptidão pra costura e pras outras disciplinas, sabe? Um dia, ainda quero terminar essa faculdade, mas por ora me matriculei em arquitetura. Só que tenho tantos planos!
        
A agência Way Models me procurou recentemente, oferecendo agenciamento em SP. Só estou relutando um pouco pra ir, porque sou muito dependente da minha família, muito atrapalhada, acho que ainda não tenho desenvoltura pra me virar sozinha numa capital como São Paulo. Mas quero seguir firme na carreira de modelo, ter experiências internacionais e também levar a faculdade de arquitetura. Vamos ver se consigo...
Adoraria desfilar pra um estilista como o Walério Araújo, sabe? E meu sonho é ser uma Gisele Bündchen, desfilar pra Givenchy, conhecer o Karl Lagerfeld, virar uma Angel da Vitoria Secret’s... Tenho fé que vou conseguir!
       
Ainda não passei pela cirurgia de mudança de sexo, fico com um pouco de receio, mas quero fazer isso o quanto antes! E quero fazer na Tailândia, onde dizem que a tecnologia está bem avançada. Também comecei o tratamento hormonal com endocrinologista e já dei entrada no processo pra mudar meu nome. Sou Valentina Sampaio, sempre fui! Só falta oficializar.”




quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Última carta a Leonard Woolf


Querido, tenho certeza de que estou enlouquecendo de novo. Sinto que não podemos passar por outra daquelas terríveis fases. E desta vez não ficarei curada. Começo a ouvir vozes, e não posso me concentrar. Assim, estou fazendo o que me parece melhor. Você me deu a maior felicidade possível. Não creio que duas pessoas pudessem ser mais felizes até chegar esta doença terrível. Não consigo mais lutar. Sei que estou estragando a sua vida e que sem mim você poderá trabalhar. E você vai, eu sei. Está vendo, nem consigo mais escrever adequadamente.
Não consigo ler. O que quero dizer é que devo a você toda a felicidade da minha vida. Você foi absolutamente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer isso — e todo mundo sabe. Se alguém pudesse me salvar, teria sido você. Perdi tudo, menos a certeza da sua bondade. Não posso mais continuar estragando sua vida. Não creio que duas pessoas tenham sido mais felizes do que nós fomos.

LITERATURA - VIRGINIA WOOLF TENTOU ‘CURAR’ SUA LOUCURA PELO SUICÍDIO . POR EULER DE FRANÇA BELÉM

Na manhã de sexta-feira, 28 de março de 1941, um dia claro, luminoso e frio, Virginia foi como de costume ao seu estúdio no jardim. Lá, escreveu duas cartas e atravessou os prados até o rio.  Deixando a bengala na margem, ela esforçou-se para pôr uma grande pedra no bolso do casaco. Depois encaminhou-se para a morte
Em 28 de março de 2016 completou 75 anos que a escritora inglesa Virginia Woolf se matou. Virginia, que hoje tende a ser comparada (desfavoravelmente) a James Joyce, que ela considerava (invejosamente) um operário autodidata, morreu aos 59 anos, jogando-se no Rio Ouse, em 1941.
A obra de Virginia permanece gerando polêmica. Para alguns, ainda é inovadora. Para outros, teria envelhecido. A revolução de Virginia estaria obscurecida pela revolução de Joyce. Talvez o mais justo seja não comparar os dois autores, percebendo, antes, que há diferenças, apesar de estarem próximos (literalmente), entre eles.
Sobre sua vida, é possível saber alguma ou muita coisa, principalmente depois da sensível e abrangente biografia de Quentin Bell. Infelizmente, a autobiografia de Leonard Woolf ainda não foi traduzida para o português. Leonard foi a pessoa que mais entendeu Virginia. É provável que ela tenha escrito a maioria de suas obras porque teve o apoio firme do marido e amigo. Leonard sacrificou-se pelo talento de Virginia. Trata-se do sacrifício do menor talento pela afirmação do maior talento. O casamento sequer lhe proporcionou prazer sexual.
“Virginia Woolf — Uma Biografia” (1882-1941), do escritor Quentin Bell, sobrinho de Virginia e filho de Vanessa e Clive Bell, é um livro belíssimo e traz fotografias excelentes. O meu texto é uma pálida síntese da esplêndida obra de Quentin Bell — publicada no Brasil pela Editora Guanabara, com tradução de Lya Luft. O único senão é a revisão, catastrófica, como de hábito no “nosso” doce Bananão.
Para sorte dos leitores, a biografia, embora esgotada, pode ser encontrada em sebos. Um detalhe relevante para os preguiçosos leitores brasileiros, filhos diletos da televisão: a biografia tem 614 páginas. É um cartapácio. Um detalhe convidativo: o texto de Quentin Bell é agradável e não tem ranços acadêmicos.  Como disse, meu texto é uma pálida síntese do livro de Quentin Bell. Há histórias interessantíssimas sobre Virginia, que tinha o apelido de “Cabrita” , mas, se fosse contar todas, precisaria de mil páginas e o leitor não leria o livro. Registrarei mais o “crescimento” efetivo e literário de Virginia.
Os familiares de Virginia, por parte de pai, eram todos escritores. Eram da alta classe média inglesa. Virginia Stephen nasceu no dia 25 de Janeiro de 1882. Só aprendeu a falar depois dos 3 anos. Aos 6 anos, falava bem e contava estórias deliciosas. Era uma espécie de Hemingway de saias. Mas nada sacava de aritmética.
Ainda jovenzinha, foi bolinada pelo meio-irmão George. Pode ter sido a causa de sua permanente frigidez sexual. Antes dos 13 anos, depois de várias leituras, buscando sem conseguir um estilo próprio, começou a copiar Nathaniel Hawthorne. Aos 16 anos, apaixona-se por uma mulher, Madge. Nada de sexo. Puro amor. Afeto. Paixão adolescente.
Virginia era uma leitora compulsiva. Queria compensar, em tempo recorde, o fato de não ter educação formal, universitária. Os irmãos Thoby e Adrian estudaram em Cambridge. Ela não pôde estudar lá. Ficou ressentida a vida inteira. A saída foi ler bastante, aprender sozinha ou com o pai, Leslie Stephen, um homem sábio mas de personalidade frágil e difícil.
Depois da morte do pai, em 1904, Virginia tenta se matar, pulando de uma janela, mas não consegue. A janela era baixa e ela se machucou muito pouco. Mas a alma estava profundamente ferida. A garota estava tão maluca que ouvia os pássaros cantando em grego. E já estava apaixonada por outra mulher — Violet Dickinson. De novo, nada de sexo. É o que diz o informadíssimo Quentin Bell. Seu sobrinho, vale ressaltar.
Entretanto, apesar de parente, Quentin aparentemente não esconde fatos, o que pode ser comprovado lendo outras biografias de Virginia. O autor é franco e claro, embora Lya Luft, a tradutora, procure termos mais suaves para falar do “lado” lésbico de Virginia e do homossexualismo dos amigos da escritora. Safismo e sodomita são palavras que estão registradas nos dicionários brasileiros, mas não no vocabulário do nosso leitor médio. No lugar de sodomita, para ficar mais claro, a tradutora poderia ter ousado e escrito “viado” (com i) ou, pelo menos, “homossexual”. Mas isso não importa tanto. São detalhes de nenhuma importância.
Em 1904, por interferência de Violet, Virgínia começa a escrever críticas (não assinadas) para o “The Guardian”. Em 1905, Thoby começa as noites de quinta-feira, no famoso bairro de Bloomsbury, com a presença de Saxon Sydney-Tuner, Leonard Woolf, Lytton Strachey (irmão do grande tradutor de Freud, James Strachey), Clive Bell e Desmond MacCarthy. Jack Pollock, E. M. Forster, Bertrand Russell e John Maynard Keynes também participavam da “farra” intelectual.
Henry James, amigo do pai de Virginia, não gostou do grupo de Bloomsbury, que achava de baixo nível. Rebelde, o grupo usava roupas esdrúxulas e falava palavrão. Vanessa, pintora, mãe de Quentin Bell, também participava das reuniões e era adepta do “sexo livre”. Ela própria era chifrada por Clive Bell e chifrava o marido. Nenhum dos dois, porém, gostava das chifradas. O liberalismo na prática é uma piada. As reuniões de Bloomsbury ajudaram imensamente na formação da “inculta” Virginia. Os participantes eram intelectuais, alguns em formação e, outros, com alto preparo. Ela absorvia, “antenada” e “babando”, tudo que eles falavam ou sugeriam. Mas a morte de Thoby, o irmão e amigo adoradíssimo, bagunça a família Stephen, que nunca fora muito ajustada. Vanessa, desesperada, se casa com o garanhão come-tudo Clive Bell. Virginia não gostou do casamento. No início. Ela e Adrian, o mais moço dos irmãos e o mais atrapalhado, vão morar juntos.
Os amigos e parentes declaram: “Virginia precisa casar”. Queriam arrumar uma pessoa para cuidar da “incuidável” Virginia. Irritada, Virginia escreveu à amiga Violet: “Eu queria que todo mundo não me ficasse repetindo que devo casar. Será uma irrupção da rude natureza humana? Eu acho repulsivo”. Apesar de sua ira, os amigos e parentes continuaram insistindo para que ela se casasse.
Entre 1907 e 1908, Virginia começa a escrever “Melymbrosia”, mais tarde publicado como “The Voyage Out” (este primeiro romance de Virginia foi editado no Brasil sob o título de “A Viagem”). Exigente, Virginia queimou sete versões de “The Voyage Out”. Ela não publicou ficção até os 33 anos.
“Seu laconismo literário era em parte resultado de timidez; ainda ficava aterrorizada com o mundo, aterrorizada de se expor. Mas unia-se a isso outra emoção, mais nobre — um alto conceito de seriedade de sua própria profissão. Para produzir algo que atingisse seus critérios particulares, era necessário ler vorazmente, escrever e reescrever continuamente, e, sem dúvida, se não estava escrevendo na hora, agitar as ideias que expressava em sua mente”, nota Quentin Bell.
No plano afetivo, a vida de Virginia continuava difícil. Lytton Strachey quis se casar com ela, mas não deu certo. Outro amigo de Virginia, o competente e célebre economista John Maynard Keynes, embora tenha se casado com uma bailarina, também era sodomita (palavra bastante usada por Quentin Bell). Keynes morou na casa de Virginia e Adrian.
Em 1912, Leonard Woolf e Virginia se casam. Leonard se apaixonou por Virginia. Doce e perdidamente. O casamento foi um grande “negócio” para Virginia. A união com Leonard aumentou o seu equilíbrio emocional e a sua segurança como escritora. O curioso é que a família Stephen não avisou Leonard dos problemas de saúde de Virginia. Tudo indica que a família procurou esconder que Virginia era “meio louca” com medo que Leonard desistisse do casamento. O casamento não agradou Clive Bell. Clive andou tirando umas casquinhas de Virginia. Mas sossegue: o vigoroso marido de Vanessa não conseguiu papar Virginia. Só tirou casquinhas. Virginia, diga-se, gostava do atrevimento de Clive.
Leonard adorava Virginia, sua capacidade intelectual, e não se preocupava com a frigidez sexual dela. Quentin Bell, um biógrafo às vezes discreto, sugere que Virginia “considerava o sexo não tanto com horror, mas com incompreensão; havia em sua personalidade e em sua arte uma qualidade estranhamente etérea, e, quando as necessidades literárias a compeliam a considerar o prazer sexual, ela se afastava ou nos revelava algo tão distante de bolinas e empolgações quanto a chama de uma vela é distante de seu sebo”.
Virginia conclui “The Voyage Out” e o entrega à editora. Doente, pensa que a libertação (a cura) está no suicídio. Toma 6,5 gramas de veronal e quase morre. Quentin Bell registra que até 1913, data da tentativa de suicídio, Freud era pouco conhecido na Inglaterra. “Ernest Jones começou a praticar em Londres em 1913”, informa Quentin. Virginia não se interessava muito por Freud. Mas Leonard achava que o conhecimento das ideias de Freud poderia ser útil no seu tratamento.
“The Voyage Out” foi publicado em março de 1915. Os amigos de Virginia e a crítica gostaram. Edward Morgan Forster (autor de “Passagem Para a Índia”, mais conhecido no Brasil pelo bom filme de David Lean), que também era gay renitente, elogiou o livro de Virginia no “Daily News”: “Eis finalmente um livro que chega ao mesmo patamar de ‘O Morro dos Ventos Uivantes’, embora por um caminho diferente”. A critica era esperada ansiosamente por Virginia. Queria ver se seu talento era confirmado.
“Virginia”, escreve Quentin Bell, “estava sempre imaginando que, para o mundo exterior, [seus romances] pudessem parecer simplesmente doidos ou, pior ainda, fossem realmente doidos, seu horror à zombaria rude do mundo continha o medo mais profundo de que sua arte, e por isso ela mesma, fosse uma espécie de impostura, um sonho imbecil sem valor para os outros. Por isso, para ela, uma nota favorável valia mais que o mero elogio; era uma espécie de certificado de sua sanidade mental”.
“O problema”, continua Quentin, “deve estar presente quando pensamos em sua extrema sensibilidade à crítica, uma sensibilidade que podemos considerar mórbida e que realmente, em certo sentido, era mórbida, pois nascia de um estado enfermiço. Os ataques e acoites da crítica, que seriam facilmente enfrentados por um organismo mais robusto, no caso dela podiam reabrir feridas que jamais se tinham curado inteiramente e que nunca deixariam ser muitíssimo delicadas”.
Quentin Bell nota que a saúde de Virginia melhorou em 1915 por causa das criticas favoráveis. Virginia, temendo a crítica, escreveu: “Imagine acordar e descobrir que se é uma fraude. Esse horror era parte da minha loucura”.
Em 1917, um tanto ranzinza mas admirada, Virginia escreveu à adorada e protetora irmã Vanessa: “Tive um breve encontro com Katherine Mansfield; que me parece um caráter desagradável mas enérgico e absolutamente inescrupuloso”.
Quentin Bell explica bem: “Elas [Virginia e Mansfield] sempre tendiam a discordar, mas na verdade nunca discordariam. Unidas pela devoção à literatura e divididas na sua rivalidade como escritoras, achavam uma à outra sobremodo atraentes, mas muito irritantes. Ou pelo menos eram esses os sentimentos de Virginia. Ela admirava Mansfield; também estava fascinada por aquele lado da vida de Katherine que ficava além da sua própria capacidade emocional”. “Katherine”, revela Quentin, “andara pelo mundo, ficara magoada; dera vazão a todos os instintos da fêmea, dormira com todo tipo de homens; tornara-se objeto de admiração — e piedade. Era interessante, vulnerável, talentosa, encantadora. Mas também se vestia e se portava como uma prostituta. Penso que Katherine Mansfield retribuía a admiração de Virginia e também sua animosidade. Virginia com certeza apreciava bastante o talento de Katherine, a ponto de querer editar um de seus contos”.
É provável que Virginia tenha lançado um olhar masculino em Katherine Mansfield. O homem em geral deprecia a mulher inteligente e diferente, mas também a cobiça sexualmente. Outra coisa: Virginia não gostava de elogiar escritores vivos. Só deu importância a D.H. Lawrence, o autor de “Mulheres Apaixonadas”, depois que ele morreu. Os vivos eram seus concorrentes.
Junto com Leonard Woolf, Virginia foi dona da Hogarth Press, que editou grandes escritores e poetas, como Katherine Mansfield e T.S. Eliot, além do psicanalista Freud. Quentin Bell e os outros biógrafos revelam algo curioso: Virginia escrevia um romance vigoroso (como “As Ondas”) e, em seguida, um romance mais leve e fácil (como “Os Anos”). Parece que tal artifício visava tranquilizar os seus nervos e, ao mesmo tempo, testar novos caminhos para o romance. “O romance peso-pesado é sucedido por um livro peso-pluma — que ela chamava uma piada”, só que Quentin Bell não acha que “Noite e Dia” seja uma piada. Não acha o livro bom. Mas não concorda que seja totalmente ruim.
O manuscrito de “Ulysses”, de James Joyce, foi oferecido à editora de Virginia, que não pôde ou não quis publicá-lo. Quentin Bell tenta explicar: “Era uma obra que Virginia não podia rejeitar nem aceitar. O poder e a sutileza da obra eram evidentes o bastante para despertar a admiração dela e, sem dúvida, inveja. Parecia-lhe ter uma espécie de beleza, mas também um brilho rude, arguto, de sala de fumantes. Joyce usava instrumentos parecidos com os dela, e isso era doloroso, pois era como se a pena, sua própria pena, tivesse sido arrancada de suas mãos e alguém rabiscasse com ela a palavra fodano assento de um vaso sanitário”.
Virginia “também sentia”, segundo Quentin, “que Joyce escrevia para um pequeno grupo, e, quando se refere a ele, escreve ‘essa gente’ — como se o classificasse tal qual Ezra Pound e não sei que outras figuras do ‘submundo’. A reação dela talvez seja significativa; a rudeza gratuita e impudente de Joyce fazia-a sentir-se, súbito, desesperadamente ‘uma dama’. Mesmo assim foi perspicaz o bastante para ver que era algo digno de ser publicado; era claro, também, que estava absolutamente além da capacidade técnica da Hogarth Press”. Para mim, era o lado mundano de Joyce que não agradava Virginia. Ao contrário de Joyce e de Proust, não sacava muito do lado “sujo” da vida.
O leitor pode ler mais sobre o assunto na admirável biografia de James Joyce escrita pelo americano Richard Ellmann. “Os Woolfs disseram-lhe (à emissária de Joyce) que não poderiam imprimir (‘Ulysses’) porque levaria dois anos na sua impressora manual, embora dissessem que estavam muito interessados nos quatro primeiros episódios que leram. Na verdade parecem tê-lo considerado ‘vulgar’, embora Katherine Mansfield, que deu uma olhada no manuscrito certo dia enquanto os visitara, tenha começado ridicularizando-o e depois de repente tenha dito: ‘Mas há qualquer coisa nisso: uma cena que deveria figurar, suponho, na história da literatura’.”
A história de Virginia Woolf escritora é tão interessante como a de Virginia Woolf editora. T.S. Eliot foi amigo de Virginia e a Hogarth Press editou seus primeiros poemas e o mais famoso, “A Terra Estéril”. Virginia tentou tirar T.S. Eliot do emprego em um banco. Mas não conseguiu. Mais tarde, ficou irada porque Eliot se tornou editor de uma casa rival, The Criterion.
Em 1919, Virginia publica “Noite e Dia”. A crítica não gostou. E.M. Forster (1879-1970) e Katherine Mansfield (1888-1923) odiaram. Mas Forster, amigo, foi elegante e discreto. Disse que o livro não era melhor que “The Voyage Out”. (Forster mais tarde ficou chateado com algumas críticas ferinas de Virginia.) Mansfield foi dura: “Noite e Dia” era “uma mentira da alma. Falando sobre esnobismo intelectual — o livro dela fede a isso. (Mas não posso dizê-lo.) É muito longo e cansativo”. Virginia, que não sabia assimilar criticas, ficou abalada.
Mas Virginia se curava dos petardos da crítica de um modo extraordinário: no lugar de ficar bloqueada, produzia mais, e melhor. Se o romance anterior fosse considerado ruim, até pelos amigos que adorava, como Forster, procurava escrever outro melhor, mais inventivo. Foi o que o ocorreu depois de “Noite e Dia”. Em 1922, publicou pela Hogarth Press “O Quarto de Jacob”. T.S. Eliot festejou: “Você se libertou de qualquer compromisso com o romance tradicional e seu talento original. Parece-me que construiu uma ponte sobre certa lacuna que existia entre seus outros romances e a prosa experimental de ‘Monday or tuesday’, conseguindo um sucesso notável”.  “O Quarto de Jacob”, para Quentin Bell, marca o inicio de sua maturidade e fama. Em 1925 Virginia publicou “Mrs. Dalloway”, que agradou à crítica. Forster elogiou “Mrs. Dolloway”. Thomas Hardy leu “The Commom Reader” com prazer. Virginia ficou maravilhada.
Entre 1925 e 1928, Virginia lança “Passeio ao Farol” e concebe “As Ondas”. Nesse período ela conhece Vita, a sua grande paixão. Vita era lésbica, mas casada, como Virginia. Quentin Bell é discreto e diz pouco sobre o assunto. Tudo indica que as duas não chegaram a ter um caso no sentido moderníssimo. Vita escreveu para Virginia: Você gosta mais das pessoas pelo cérebro do que pelo coração. Fosse hoje, o texto de Vita teria acréscimo: Você gosta mais das pessoas pelo cérebro do que pelo coração e pelo corpo.
Na verdade, Virginia era de uma carência extremada e todo mundo que lhe dava atenção recebia alguma esperança, de sexo ou afeto. Só que, afeto, tudo bem, sexo, nada. Pelo menos, a se acreditar na versão do sobrinho.
Quem leu “Orlando” sabe que Vita é Orlando. Para Quentin Bell, Orlando é o único dos romances de Virginia que se aproxima da emoção sexual, ou antes, homossexual; pois, enquanto o herói/heroína sofre uma transformação física, sendo no começo um esplêndido jovem e depois uma linda dama, a metamorfose psicológica é muito menos completa. O livro vendeu bem. Mas Orlando, sabia Virginia, não era um grande livro. Julgamento que os leitores de hoje não partilham, sobretudo por que as questões sexuais se tornaram mais importantes, na avaliação do romance, do que as literárias.
Em 1931, Virginia, a mulher que adorava charutos, publica “As Ondas”, para os críticos, sua obra-prima. Leonard Woolf, que sempre opinava, criticamente, sobre os livros de Virginia, disse: O livro é uma obra-prima, a melhor das suas obras. Ela adorou. Leonard era suspeito, até por que conhecia a fragilidade emocional de Virginia, mas era, ao mesmo tempo, prudente, justo e rigoroso.
O indefectível E. M. Forster escreveu que encontrara um clássico. A opinião dele era muito respeitada por Virginia. Um tinha inveja do outro. Mas, éticos, respeitavam as diferenças entre suas obras. Virginia gostava de conversar sobre homossexualismo com Forster, que adorava rapazes.
Virginia não gostava da crítica acadêmica, que achava estéril. Talvez fosse uma vingança por não ter obtido educação universitária. Talvez fosse pela percepção de que, como denuncia Gore Vidal, muitos teóricos da literatura querem substituir a literatura pela teoria literária.
Quentin Bell registra um aspecto curioso: Virginia adorava mexericos, fofoca, e dizia o que pensava, não importando as consequências. Outra coisa curiosa: como Joyce e outras, ela aproveitou a história de sua família e as relações com os amigos nos seus romances. Vida e obra, estetizadas, estão ligadíssimas e indissociáveis em Virginia. Mas é óbvio que a escritora não escreve biografias literárias e, claro, tinha uma imaginação poderosa.
Na década de 30, alguns críticos atacam Virginia, deixando-a desequilibrada emocionalmente. O mais virulento, Wyndham Lewis, escreve: Ela é sobremodo insignificante. Ninguém mais a leva a sério. Os críticos de esquerda não atacavam Virginia. Stephen Spender e Cecil Day-Lewis (pai de Daniel Day-Lewis, ator de “A Insustentável Leveza do Ser” e “Meu Pé Esquerdo”) gostavam de sua obra.
Em 1937, Virgínia pública “Os Anos” e sente a loucura chegando. Leonard achou o livro ruim, mas ficou calado, ou melhor, temendo que Virginia se matasse, mentiu: Acho que é extraordinariamente bom. Virginia sabia que o livro era ruim. O economista Keynes gostou do livro, de forma irrestrita. Em 1939, Virginia foi ver Freud, que estava exilado em Londres. Ele teria impressionado Virginia como um homem alerta. Mas torto encarquilhado muito velho e a velha chama agora bruxuleante. Freud disse a Virginia e Leonard que seria necessária uma geração para eliminar aquele veneno [o nazismo de Hitler].
Por causa da Segunda Guerra Mundial, Leonard e Virginia Woolf chegaram a pensar em suicídio. Obtiveram até uma dose letal de morfina. Mas, com Londres bombardeada, Virginia deixou de falar em suicídio. Numa carta a Ethel Smyth, escreveu: … o que tocou e na verdade feriu o meu coração em Londres [durante os bombardeios dos nazistas] foi aquela velha mulher, suja de fuligem nos aposentos dos fundos, preparando-se, depois de um ataque aéreo, para enfrentar o próximo… E também a paixão da minha vida, a cidade de Londres — ver Londres em escombros, isso também atingiu meu coração.
No início de 1941, Virginia estava desesperada, louca. Mesmo assim tentou convencer a médica Octavia Wilberforce, uma amiga, de que não estava doente mentalmente. Mas confessou partes de seus medos. Medos de que o passado voltaria, de que nunca mais conseguiria escrever.
É triste e pungente como Quentin Bell fala do fim de sua tia escritora: Na manhã de sexta-feira, 28 de março, um dia claro, luminoso e frio, Virginia foi como de costume ao seu estúdio no jardim. Lá, escreveu duas cartas, uma para Leonard e outra para Vanessa — as duas pessoas que mais amava. Nas duas cartas explicava que vinha ouvindo vozes e acreditava que nunca mais ficaria boa; não podia continuar estragando a vida de Leonard. Ela colocou o bilhete sobre a lareira da sala de estar, e cerca de 11h30 esgueirou-se para fora, levando sua bengala de passeio; e atravessou os prados até o rio. Leonard acreditava que ela já havia feito uma tentativa para se afogar: assim, teria aprendido com o fracasso, e estava decidida a não falhar de novo. Deixando a bengala na margem, ela esforçou-se para pôr uma grande pedra no bolso do casaco. Depois encaminhou-se para a morte, ‘a única experiência’, dissera um dia a Vita, ‘que nunca descreverei’.